quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Por que se usa a cor verde no Tempo Comum?


Até a Quarta-Feira de Cinzas está sendo celebrado o Tempo Comum da Liturgia, durante o qual são usados paramentos de cor verde. No início do ano, Tempo do Natal, eles foram brancos, e na Quaresma passarão a ser de cor roxa. Qual a razão dessa variedade?
Se remontarmos aos primeiros séculos da Igreja, encontraremos apenas tonalidades brancas, pois os presbíteros presidiam as celebrações revestidos com túnicas de lã ou linho sem tingimento, que lembravam a Cristo, o Cordeiro de Deus. Mas, a partir do século VII, as cores dos paramentos começaram a variar. Baseando-se sobretudo nas descrições feitas no Livro do Cântico dos Cânticos, associavam-se certas tonalidades a determinadas festas. Seu uso, porém, diferia conforme a região.
Em 1195, o Cardeal Lotário, futuro Papa Inocêncio III, publicou um tratado sobre a Santa Missa intitulado De sacrosancti altaris mysterio, no qual são descritos os costumes adotados pela Igreja de Roma em relação às cores litúrgicas. Ao ser ele eleito Pontífice, esses costumes foram se expandindo por todo o Ocidente. As cores branca, vermelha e preta — mais tarde substituída pelo roxo — começaram a ser usadas de acordo com critérios quase universais.
Entretanto, será em 1570, durante o pontificado de São Pio V, que a Igreja vai estabelecer oficialmente as cores litúrgicas para o Rito Romano. Para o Tempo Comum foi escolhida a cor verde, cujo nome provém do latim viridis, que significa fresco, florescente. Com frequência associada à ideia de esperança, esta cor simboliza o desenvolvimento normal da vida litúrgica que floresce de modo especial nos tempos fortes e produz os frutos das grandes festas e solenidades.

Revista Arautos do Evangelho – fev 2016

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