quarta-feira, 25 de maio de 2016

Considerações para a festa de Corpus Christi

O Pão dos fortes

Nas biografias de Jacinta e Francisco, os dois pastorinhos de Fátima recentemente elevados à glória dos altares, leem-se passagens tocantes acerca de seu amor à Sagrada Eucaristia. Sua intensa devoção a “Jesus escondido” — como, de modo encantador, referiam-se ao Santíssimo Sacramento — transpareceu de maneira especial durante a enfermidade que os manteve presos ao leito e os havia de levar, tão jovens ainda, à sepultura.
“Olhe! Vá à igreja, e dê muitas saudades minhas a Jesus escondido”, pedia Francisco à sua prima Lúcia. E, em meio a uma heroica resignação, só lamentava não mais poder rezar e consolar o Santíssimo Sacramento, na igreja paroquial. Perto de sua partida deste mundo, receber a Sagrada Comunhão o inundou de felicidade: “Hoje sou mais feliz do que você”, dizia à irmã, “porque tenho dentro do meu peito a Jesus escondido”.
Quanto a Jacinta, costumava recomendar à prima: “Olhe! Diga a Jesus escondido que eu gosto muito d’Ele, que O amo muito, e que Lhe mando muitas saudades”. E noutra ocasião, quando Lúcia voltava da igreja, disse-lhe: “Chegue aqui bem junto de mim, porque você tem em seu coração a Jesus escondido. É tão bom estar com Ele!”
Essas duas crianças, cuja breve existência foi marcada pelo sacrifício e pela santidade, deixaram-nos assim um grande e sapiencial ensinamento, cuja lembrança é especialmente oportuna em vista da festa de Corpus Christi.

Com razão é a Sagrada Eucaristia chamada de Pão dos fortes, verdadeiro alimento espiritual que não pode faltar à alma. Sem ele, dificilmente o fiel se manterá nas vias da virtude. É um pão sobrenatural que dá à inteligência a limpidez necessária para discernir as verdades da fé, preserva do erro e faz brotar o senso católico. Nenhum recurso é mais poderoso do que a Sagrada Eucaristia, para despertar e solidificar as virtudes.
Texto extraído da Revista Dr Plinio 27 jun 2000