No início do Cristianismo, o
altar era de madeira, tendo a forma das mesas usadas nas refeições, pois a
Eucaristia era celebrada nas casas particulares. O altar de pedra generalizou-se,
sobretudo no Ocidente, devido ao costume de celebrar as festas dos mártires sobre
a pedra do seu sepulcro. Com a paz de Constantino e, mais especialmente, sob o
pontificado do Papa Dâmaso (366-384) foram construídas, tanto em Roma como noutras
cidades, basílicas e igrejas em honra dos mártires mais ilustres, sendo os
altares erigidos sobre seus túmulos. O Liber Pontificalis atribui ao Papa Félix
(269-274) um decreto no qual se ordena celebrar a Missa sobre os túmulos dos
mártires (Constituit supra memorias martyrum missas celebrare, Lib. Pont., ed.
Duchesne, I, 158).
Com o correr dos séculos, a
simbologia do altar ficou associada também ao fato de ser de pedra, como se pode
ver pela interpretação dada pelo Doutor Angélico, na Suma Teológica: Isso convém
ao significado da Eucaristia, seja porque o altar simboliza a Cristo, como diz
Paulo: “este rochedo era o Cristo”(Cor 14,4), seja também porque o corpo de
Cristo foi sepultado num sepulcro de pedra. Além disso, convém ao uso do
Sacramento, uma vez que a pedra é sólida e pode ser encontrada em qualquer
parte (S.T. III, q. 83. a. 3, ad 5).
Esse antiquíssimo costume de
celebrar a Missa sobre os túmulos dos mártires está na origem da recomendação da
Igreja de colocar sob a pedra do altar relíquias de mártires ou de santos.
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