No século IX, a Imperatriz Irene presenteou Carlos Magno com a Santa Túnica de Nosso Senhor. Essa inapreciável relíquia foi confiada à Abadia de Nossa Senhora da Humildade, em Argenteuil, cidade próxima de Paris, cuja abadessa era Theodrade, filha do grande Imperador.
Durante as devastadoras incursões dos vikings, as monjas decidiram murar a Santa Túnica no interior do convento. Tempos depois, em 1156, ela foi aí descoberta.
Em 1567, hordas de protestantes invadiram o convento, mas a relíquia ficou incólume. Porém, em 1793, durante a Revolução Francesa, o Pe. Ozet decidiu dividi-la. Enterrou a parte principal no jardim do convento e entregou pedaços de tecido a diversos fiéis de sua confiança. Passado o perigo, na hora de recolher os diversos pedaços espalhados, verificou-se que faltava a parte da frente.
A Túnica é tecida com fios de lã de ovelha, com trama em espinha de peixe — a mesma do Santo Sudário. De cor marrom, lembra o hábito franciscano ou carmelita. Inconsútil, quer dizer, sem costura, esse tipo de túnica era pouco frequente. De modo geral, seu uso era indício de alta posição social. Sobressai a excelência do fio e a perfeição da tecelagem. Segundo piedosa tradição, foi ela feita por Maria Santíssima e, milagrosamente, crescia com o menino Jesus.
Sagrada Túnica de Nosso Senhor Jesus Cristo. Argenteuil |
Narra São João (19, 23-24): “Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. Disseram, pois, uns aos outros: ‘Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será’. Assim se cumpria a Escritura: ‘Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram A Sagrada Túnica de Nosso Senhor exposta sorte sobre a minha túnica’ (Sal 21, 19)”.
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